Eu vou me lembrar de você.
Eu deveria ter segurado você quando tive a chance. Eu deveria ter dito tudo aquilo que eu queria dizer, mas não tive coragem. Eu deveria ter olhado fundo nestes teus olhos azuis e deixado você enxergar tudo aquilo que eu insistia em esconder de você. Eu deveria ter feito tanto, mas acabei por não fazer nada. E hoje eu fico aqui, sentado na varanda de fora em pleno sábado a noite, vendo seus stories e pensando em como poderíamos ter construído uma história juntos.
Sabe,
menina, eu tenho tanto para te falar, mas hoje já é tarde. Não seria justo com
você. Não seria certo nem honroso te dizer tudo o que tá guardado aqui. Você já
seguiu a sua vida e conheceu outra pessoa. Quem diria que desmarcar aquele
karaokê, naquele sábado a noite, faria com que você conhecesse esse novo
alguém...
É
que você foi tanto e tão intensa que eu ainda sinto por ti. Ainda olho suas
fotos e sorrio seu sorriso. Ainda vejo você por aí e penso em tudo que
poderíamos ter sido juntos. Mas tudo já foi.
Se
eu pudesse, te diria que tudo o que eu escrevi e escrevo até hoje é sobre você.
Te diria que aquela vez que eu te contei que uma garota duvidou que eu era
poeta no bar, nada mais era do que pra dizer que nenhuma delas me interessava
mais.
Afinal,
menina, só você me interessava.
Era
só sobre você que eu escrevia, só sobre você que eu falava, só sobre você que
eu sonhava e desenhava meus jantares imaginários onde, às dez da noite,
chegávamos exaustos e sentávamos na mesinha
de jantar, tomando um vinho e comendo qualquer coisa, contando sobre o nosso
dia.
Você,
menina, foi a maior Helena sobre a qual eu já escrevi. Você foi pura poesia e
até hoje me vejo entorpecido pelas tuas palavras sórdidas e sádicas ao meu
ouvido.
Se
eu pudesse, eu te diria que naquela noite, voltando daquela cidade, quando eu
perguntei para a moça do pedágio se nós não formaríamos um bonito casal e após
ela responder que sim, eu repliquei que você tinha medo de se apaixonar por mim,
eu diria menina, se pudesse, que eu já estava apaixonado por você.
Perdidamente, loucamente, irremediavelmente apaixonado por você.
Mas
agora já é tarde. Agora tudo já foi. Agora a festa já acabou e teus olhos já
não me olham mais...
Sabe,
menina... Você é uma grande mulher. Sempre te guardarei no meu peito. Sempre te
levarei nos versos já escritos e, quando daqui cinquenta anos, eu ler aquele
verso que te escrevi naquela mesa, naquele dia, eu vou lembrar exatamente de
quem você era.
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